quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Como desenvolver trabalho com Deficientes Intelectuais


“Ensina-me de várias maneiras, pois assim sou capaz de aprender.” 
Cíntia Leão Silva
TOD, DI e TEA
(Transtorno Opositor desafiante, Deficiência Intelectual Transtorno do Espectro Autista
Como agir?
Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual.

Trate-a com respeito e consideração. Se for uma criança, trate-a como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente, e se for uma pessoa adulta, trate-a como tal.
Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer pessoa.
Dê-lhe atenção, converse e verá como pode ser divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.
Não superproteja a pessoa com deficiência intelectual. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário.
Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.
SE COLOQUE SEMPRE NO LUGAR DO OUTRO, SER SENSÍVEIS A CADA SITUAÇÃO AJUDA A PENSAR EM ESTRATÉGIAS DE ENSINO. NÃO É NADA MIRABOLANTE, SE TORNA ALGO COMUM PERCEBER O OUTRO.
TOD
Quem de nós nunca se deparou com uma criança extremamente opositiva, desafiadora, que discute por qualquer coisa, que não assume seus erros ou responsabilidades por falhas e que costuma sempre se indispor com os demais de seu grupo ou de sua família de maneira a demonstrar que a cada situação será sempre difícil convencê-lo, mesmo que a lógica mostre que suas opções estão evidentemente equivocadas? Se você conhece uma criança assim, provavelmente ela tem Transtorno Opositivo-Desafiador.
Tal quadro leva a severas dificuldades de tempo e de avaliação para analisar regras e opiniões alheias e intolerância às frustrações, levando a reações agressivas, intempestivas, sem qualquer diplomacia ou controle emocional. Essas crianças costumam ser discriminadas, perdem oportunidades e desfazem círculos de amizades. Não raro, sofrem bullying e são retiradas de eventos sociais e de programações da escola por causa de seu comportamento difícil. Os pais evitam sair ou passear com elas e muitas vezes as deixam com parentes ou em casa. Entre os irmãos, são preteridos, mal falados e considerados como “ovelhas negras” tratados, assim, diferentes e mais criticados pelos pais.
Os sintomas podem aparecer em qualquer momento da vida, mas é mais comum entre os 6 e 12 anos

O QUE PRECISAMOS OBSERVAR
ÁREA DE COMUNICAÇÃO (Receptiva, expressiva e escrita)
AUTONOMIA (pessoal, doméstica e comunidade)
SOCIALIZAÇÃO (interpessoais, jogos e lazer e regras sociais)
MOTROCIDADE (global e fina)
ÁREA DE COMPORTAMENTO  DESAJUSTADO 
AUTISMO

No espectro, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um quadro leve, e com total independência e discretas dificuldades de adaptação, até aquelas pessoas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida.
Prejuízo na interação social, prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social.
fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento, falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (p.e., não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse), falta de reciprocidade social ou emocional.
Primeiro passo é descobrir dentro de uma escala, em qual fase ele está.
Este será o ponto de partida para que possamos iniciar o trabalho sem que pule etapas.
Existem variadas escalas de comportamento adaptativo a fim de ajustar o planejamento, a implementação e avaliação de programas de intervenções às necessidades desse público. 
Essas escalas nos dão suporte em nosso ponto de partida.
As fases de desenvolvimento da teoria piagetiana. Os estágios de Piaget são um conjunto de estágios no processo de desenvolvimento humano que ocorre no tempo. Por exemplo, o tipo de linguagem que as crianças usam dependerá de sua idade (palavras inventadas, pseudopalavras, usando a terceira pessoa, ecolalia, etc.), bem como seu pensamento (auto-centrado, na medida em que tudo acontecendo no mundo está acontecendo na frente dele ou ela), ou habilidades físicas (imitar, rastejar, andar, correr, etc.). Todo esse desenvolvimento do processo cognitivo ocorre de forma contínua e progressiva nos estágios de Piaget, dependendo da idade aproximada.

       •Nem todas as crianças atingem os mesmos estágios exatamente da mesma idade, mas há “períodos sensíveis” para todas as idades , onde é mais provável que uma criança desenvolva certas habilidades cognitivas. Ao longo do desenvolvimento, é mais fácil aprender uma habilidade determinada em uma era específica.
ESSAS SÃO AS ESCALAS DE PIAGET
1- Estágio sensorimotor (crianças de 0 a 2)
2- Fase pré-operatória (2-7 anos de idade)
3- Estágio operacional concreto (7-11 anos)
4- Operacional formal (11 anos e mais)
VINELAND
Vineland- a finalidade é medir o desenvolvimento social de uma população normal e cujos resultados podem ser comparados com os de indivíduos autistas. São pontuações designado para a idade que devem ser registradas.

BOS – é um instrumento desenvolvido com o objetivo de investigar o grau de severidade dos autistas em níveis comportamentais. A metodologia desta escala compreende a observação por filmagem da criança em contexto de brincadeira ou jogo com brinquedos adequados à sua idade.
Já a ECA – é um procedimento de avaliação contínua, utilizado por todas as pessoas que trabalham com a criança e que aborda os domínios da comunicação, percepção e imitação
Portage - O guia é um esforço em operacionalizar cada um dos 580 itens do Inventario Portage, propondo-lhes definições, critérios, especificação das condições de avaliação e descrição do material. Abrange cinco áreas de desenvolvimento – desenvolvimento motor, cognição, linguagem, socialização e autocuidados, distribuídas por faixa etária de 0 a 6 anos, e uma sexta área – estimulação infantil – específica para bebês. Pode ser usado por um leque de profissionais, tais como psicólogos, educadores, pediatras e neuropediatras, fisioterapeutas, terapeutas-ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros, berçaristas bem como pais de crianças com ou sem problemas de desenvolvimento

MÉTODOS
Linha comportamental (ABA e Teacch). 
O ABA (Applied Behavior Analysis)
 Análise de comportamento aplicado

Vem de uma linha de tratamento chamada terapia comportamental, que é usada para reduzir os comportamentos inadequados e aumentar os desejados por meio de recompensas. Quando a criança pratica o tratamento desejado, recebe a recompensa; quando ocorre o não desejado, não recebe.
ABA é uma disciplina objetiva. ABA se concentra na medição confiável e avaliação objetiva do comportamento observável.
Por exemplo, se uma criança consegue chamar a atenção dos pais ao bater a cabeça contra a parede -muitas crianças com autismo se agridem-, ela aprende que, com o comportamento, pode obter o que deseja.  O adequado seria tomar uma atitude que não a recompense, por exemplo, não dando atenção ao fato.
Para aumentar comportamentos de (procedimentos de reforço aumentar o comportamento de tarefa, ou interações sociais);
Para ensinar novas habilidades (por exemplo, os procedimentos de instrução e reforço sistemáticos ensinar habilidades funcionais de vida, habilidades de comunicação e habilidades sociais);
Para manter comportamentos (por exemplo, o ensino de procedimentos de autocontrole e auto-monitoramento para manter e generalizar as habilidades sociais relacionadas com o trabalho);
Generalizar ou transferir o comportamento de uma situação ou resposta a outra (por exemplo, de completar as tarefas em sala de recursos para um desempenho tão bom na sala de aula regular);
Para restringir ou condições estreitas sob o qual ocorrem comportamentos interferem (por exemplo, modificar o ambiente de aprendizagem); e
Para reduzir comportamentos de interferência (por exemplo, auto-lesão ou estereotipias).
O tratamento para o autismo é geralmente muito intenso e abrangente, por isso envolve toda a família da criança e uma equipe de profissionais. Alguns programas podem ser postos em prática na casa dos indivíduos. Os que são feitos em casa, podem ser com a presença de profissionais especialistas e terapeutas treinados ou podem incluir um treinamento para que os pais possam servir como terapeutas para seus filhos, sob supervisão de um profissional. Alguns programas são feitos em um centro especializado (em alguns países), na sala de aula ou na pré-escola.
TEACCH
O Teacch (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children) 
(Tratamento e Educação de Crianças com Necessidade de Comunicação Autista e Relacionada), também é um método comportamental, mas voltado fundamentalmente para o ambiente pedagógico, que deve ter cuidados especiais em relação à organização visual e estrutura. É  um programa educacional e clínico com uma prática predominantemente psicopedagógica criado a partir de um projeto de pesquisa que buscou observar profundamente os comportamentos das crianças autistas em  diversas situações frente a diferentes estímulos.
O método é voltado em avaliar a criança e determinar seus pontos fortes e de maior interesse, e suas dificuldades, e, a partir desses pontos, montar um programa individualizado. se baseia na adaptação do ambiente para facilitar a compreensão da criança em relação a seu local de trabalho e ao que se espera dela.
Por meio da organização do ambiente e das tarefas de cada aluno, o TEACCH visa o desenvolvimento da independência do aluno de forma que ele precise do professor para o aprendizado de atividades novas, mas possibilitando-lhe ocupar grande parte de seu tempo de forma independente.
Partindo do ponto de vista de uma compreensão mais aprofundada da criança e das ferramentas de que o professor dispõe para lhe dar apoio, cada professor pode adaptar as idéias gerais que lhe serão oferecidas ao espaço de sala de aula e aos recursos disponíveis, e até mesmo às características de sua própria personalidade, desde que, é claro, compreenda e respeite as características próprias de seus alunos.
O ambiente deve ser organizado por meio de rotinas expostas em quadros e murais.  Para que a criança possa reconhecer onde ficam as atividades relacionadas a ela e assim colocá-las em prática.
Em relação a estrutura, o ideal é que o ambiente não tenha nenhum estímulo que possa distrair a criança, como barulhos, pessoas andando, janela com visão para o pátio, coisas penduradas na parede, brinquedos visíveis. A classe é separada em pequenos setores para a criança não ter distração, com anteparos entre um aluno e outro.
Para a comunicação, é usada a técnica alternativa chamada PECS
O PECS (Picture Exchange Communication System) SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DAS FIGURAS.
É o método de comunicação alternativa nos indivíduos que não conseguem falar, mas apontam para figuras como forma de conversação.
A forma de comunicação substitui a verbal com as figuras sendo apontadas pelas pessoas. O material são cartões com figuras que representam objetos e situações que a criança utiliza para expressar aquilo que deseja. Segundo o neurologista José Salomão Schwartzman, é errado pensar que o método pode atrapalhar o desenvolvimento da fala das pessoas com autismo. Pelo contrário, ela ensina uma forma alternativa de comunicação, que pode até ajudar a fala.
Nada é mais educativo que nossa intuição, nossa calmaria, ela nos fala o que realmente precisamos.
Estar atentos aos sinais, deixem que nossas crianças nos mostrem o que realmente precisam, não somos nós que sabemos de suas reais necessidades, mas sim eles sabem do que realmente precisam.
Não se frustar, cada um tem seu tempo, pensar o que realmente as pessoas com deficiências precisam é o maior passo de ensino e aprendizado.
Somos todos iguais em nossas singularidades.
Vídeo, queridos professores!
“Quanto mais longe uma criança com autismo caminha sem ajuda, mais difícil se torna alcançá-la.” Talk About Autism

Obrigada!

sexta-feira, 16 de março de 2018

O caminho todo é uma mistura de conquistas e dores, vontade desistir ao mesmo tempo nos agarrarmos a um fio de esperança. Por vezes nos sentimos tão só, outras nos vemos abraçados por estranhos que mudam a cor do dia. Nos vemos tão capazes em situações tão complexas e tão pequenos mediante a complexidade de outros. Queremos mesmo é chegar ao fim dessa trilha agarrados ao troféu da vitória, não importa o quão difícil foi, nos sentirmos confortáveis uns com os outros torna tudo mais fácil de seguir em frente.

domingo, 11 de março de 2018

Só precisamos fechar os olhos ao final de um dia turbulento e descobrir que ao nosso lado podemos encontrar abrigo, uma orientação em forma de bússola para nós guiar, um sossego para chamar de nosso, alguém que abra um sorriso nas horas difíceis para aplacar as dificuldades cotidianas mesmo que a distância, o tempo queira impedir. Alguém que não saia pela porta ao menor sinal de bagunça e desordem mas que te ajude a colocar tudo no lugar, alguém que fique mesmo tendo vários motivos para ir, alguém que volte mesmo tendo vários motivos para não reiniciar. Precisamos mesmo é de gente que seja a exceção contrariando todas as regras de uma sociedade sem importância e que seja uma doçura de permanência. (By: Damaris Ferreira)